sexta-feira, abril 14, 2017

Centenário do paleontólogo Octávio da Veiga Ferreira (1917-1997)

Completaram-se, há poucos dias, os 100 anos do nascimento de Octávio da Veiga Ferreira e hoje (14 de Abril) passam 20 anos sobre a sua morte.

Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira (Lisboa, 28 de Março de 1917 - Lisboa, 14 de Abril de 1997) foi um brilhante paleontólogo e arqueólogo português, com uma colaboração prolongada com George Zbyszewski nos Serviços Geológicos de Portugal. A ele devemos numerosos estudos na paleontologia. Ferreira é reputado sobretudo pelo seu trabalho no domínio da Arqueologia (Cardoso, 1997) mas o seu contributo para a Paleontologia em Portugal também foi importante. Na temática dos dinossauros, Veiga Ferreira foi incansável, embora tenha sido co-autor de apenas uma nota (Lapparent et al., 1951) sobre pegadas de dinossauros num artigo de 1951 com de Lapparent, Zbyszewski e Fernando Moitinho de Almeida sobre a jazida do Cabo Mondego, onde Gomes (1916) assinalara pegadas.

Octávio da Veiga Ferreira participou e orientou escavações (nomeadamente escavação do saurópode Lourinhasaurus alenquerensis no Moinho do Carmo (Alenquer), escavado em 1949 juntamente com G. Zbyszewski), realizou prospecção e recolha (pelo menos, no Cabo Espichel e Boca do Chapim, onde obteve, em 1951, um magnífico dente de Iguanodon; Lapparent & Zbyszewski, 1957: Pl. XII, fig. 13), e as ilustrações da obra de Lapparent & Zbyszewski (1957).
 A ele devemos os primeiros estudos sobre ictiossauros em Portugal, em 1958, sobre espécimes da Praia de N. S. da Vitória, cerca de 1000 m para Sul de S. Pedro de Muel, no Pliensbaquiano, aquando na companhia do Professor Abade Mouterde, Abade Rossé e Christiane Perrot.
Em 1959, Veiga Ferreira apontou a ocorrência do crocodilo Pelagosaurus tomarensis, no Jurássico inferior de Tomar, mais tarde reclassificado como Mystriosaurus bollensis.
Descreveu ainda numerosa fauna Miocénica e quaternária, da qual destacamos a fauna miocénica de Leiria e  urso-pardo de S. Bartolomeu dos Galegos (Lourinhã).

A biografia de Octávio da Veiga Ferreira é-nos dada por Cardoso (1997).

Aqui algumas das suas obras da Paleontologia de Vertebrados:

Octávio da Veiga Ferreira (por Cardoso, 1997)
Octávio da Veiga Ferreira, em 1986 (Diário Popular)
Octávio da Veiga Ferreira, retrato exposto no Museu Geológico.
Ferreira, O.V. 1958. Novos restos de «lctyosauridae»  e «Stenopterygidae» encontrados no Lias  de Portugal. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. - Tomo XLII (1958), p. 175-183.
Ferreira, O.V. 1959. Nota sobre a presença do género Pelagosaurus no Lias de Tomar. Anais da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. - vol. XLI, nº 2 (1959), p. 121-125.
Furtado et al. (1973-1974). Descoberta de uma jazida quaternária com Ursus arcto no lugar de S. Bartolomeu, Lourinhã. Cesaraugusta : publicaciones del Seminario de Arqueología y Numismática Aragonesas. - 37-38 , p. 5-8
Zbyszewski, G., & O. da Veiga Ferreira 1967. Découverte de vertébrés fossiles dans le Miocène de la région de Leiria. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, t. LII, 1967, p. 5-10.
Ferreira, O.V. 1961. Fauna ictyológica do Cretácico de Portugal. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, tomo XLV, p. 251-278
Lapparent et al. 1951. Empreintes de pas de Dinosauriens dans le Jurassique du Cap Mondego, Portugal. C. R. S. de la Société Géologique de France, Nº 14, séance du 19 novembre 1951, p. 251-252.
Ferreira, O.V. (1975). Os rinocerontes quaternários encontrados em Portugal. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. - Tomo LIX (1975), p. 15-25


Cardoso, J.L., 1997. Octávio da Veiga Ferreira (1917-1997). Trabajos de Prehistoria, 54(2), p.5.

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